Tudo na vida é feito de rituais. Os rituais são muito simples e quase imperceptíveis. Eles nos passam de uma etapa para outra; se uma etapa não for concretizada, as seguintes não terão efeito. Os rituais são usados no cotidiano de qualquer um. São, na realidade, nossos hábitos. Trazem muito prazer, concentração e liberdade. Reequilibram o psíquico, o material e o espiritual. Não são prisões, regras e princípios. O amor também é feito de rituais: o de um ser humano pelo outro. O beijo de agradecimento após um elogio, o obrigado após um favor ou uma cordialidade. Tudo isso numa sequência gradativa: desde a hora de marcar o encontro até a última despedida, após o amor. Na realidade é uma gradação instável, como o da cobra que luta para morder sua própria cauda e, depois que consegue, solta-a para recomeçar tudo de novo. A prática dos rituais é erótica. Não o erótico ligado somente ao prazer sexual, mas também ligado à força pela vida. Nela
Espaço de pensamentos espirais para tecelagem de encruzilhadas poéticos diversas.