Eu...
Eu?
Eu?
Eu, onde estás?
Podes me ouvir?
Eu, ascolta-me, por favor!
Não me negues-te.
Procuro, pois é importante para
mim.
Pensa o que penso!
Aceita, une-te-me!
Não sumas em mim!
Sejamos juntos nesta viagem,
tua perdição, por mim.
Por favor, sei que sou frágil e
tu, uma rocha.
Eu, está comigo nesta empreitada.
Sua tez é pura como nuvem úmida.
Eu, vê-te-me!
Se não sou sua essência, é a
minha!
Por favor, sinto vida em mim,
fogo sólido.
Há quanto tempo não sentia...
Não te escondas, não faças isso
comigo.
Somos apenas um no espaço sem
limites.
sua pele me roça, Eu.
Sente comigo.
Bem sei que é um pedido
que não deve ser realizado,
se quero o meu bem.
Tu, Eu, sempre me defendeste e
guardaste,
desde que amadureceras e deixaste
de brincar
e de te enganares comigo em
minhas infantices.
Mas, Eu, vê como é divina sua
arcádia.
Eu aspiro a sua companhia, sua voz
a levar-me pelo ar, a negar-me um
beijo.
Vê... um beijo para quem deseja
hipérboles.
Me nega na multidão.
E nas salas é minha!
Minha! Eu juro a ti, Eu.
É minha!
Esquecemos de tudo e de todos.
É maravilhosa!
É infindo.
Me deseja vorazmente.
Deixo levar-me assim...
Mas não a amo.
Até que anseio da borda de meu
sentimento
que transborda.
Mas tu, Eu, não estás comigo
e não deixas me amá-la por
inteira.
Tudo bem, Eu!
Por agora, deixar-te-ei jazendo.
Sei que te escondes de mim pelo
bem.
Provavelmente, deves imaginar sua
intenção.
Foste preparado para isto.
Mas, se conhecesses como a
conheço,
te perderias como estou perdido.
Se sentisses o que sinto, quando
estou perto,
seu caloroso espírito,
Amarias sem causar-me ciúme.
Se tocasses seu belo corpo como
toquei,
se a beijasses como beijei,
Jamais conseguirias recursos para
torná-la arte.
Romã fragrante!
Sou perdido pela minha
irracionalidade.
Será que não estiveste comigo
nesses momentos?
Eu, agora percebo porque temes...
Estavas comigo!
Perdeste a ti também junto a mim
e isso te faz pecador.
Tu a amas como eu e não comigo.
No entanto, me amas mais.
É quem pensa em mim
e não aceita ter sido induzido
pela emoção.
Que ótimo!
Amar o que se esquiva é penetrante
e amargo.
Eu, tu és os meus pés, minha
boca, minha sobriedade.
De mim, meu pescador que nos
alimenta.
Continua sendo o Eu
que pensa distintamente de mim,
para que resistamos ao
fantástico, à magia,
à fragmentação que somos.
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