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Mostrando postagens de agosto, 2020

O RELÓGIO NÃO PARA, MESMO SEM BATERIA

  Há mais de dez anos, quando estive em Belém, no Pará, eu comprei um relógio. Observando as vitrines do shopping, avistei um modelo que me agradou. Eu queria substituir o que me havia sido presenteado por uma ex-namorada. Como esquecer de alguém se você usa uma lembrança dada por essa pessoa no pulso pelo dia inteiro? Ainda mais um utensílio que nos prende, estilhaça como poeira e orienta no tempo. Comprei um maior, moderno e mais bonito, porém prateado e da mesma marca. Muito radical, né?! Até parece. Aposentei o antigo objeto em uma gaveta e passei a usar o meu novo xodó, representação de uma nova caminhada. Status de titularidade. É aquela repaginada que cismamos em realizar no final de uma relação amorosa desgastada. É como se renovássemos o material, imaginando, equivocadamente, mudar o espiritual. Também não vou negar que dá uma aprumada na autoestima. Todavia, associar consumo a melhoria interna pode ser muito nocivo. O "novo" relógio passou alguns anos no meu pulso e